As 5 Funções Essenciais do Tratamento em DBT (Terapia Comportamental Dialética): Como Esse Modelo Transforma Vidas
- Gleidna Santos
- 20 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de mar.

A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é um programa abrangente de tratamento desenvolvido por Marsha Linehan (1993) para abordar transtornos complexos, especialmente o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Esse modelo terapêutico inclui terapia individual, coaching telefônico, treinamento de habilidades em grupo e uma equipe de consulta para profissionais. Diferentemente de outras abordagens, a DBT não é um método isolado conduzido por um único profissional, mas sim um programa estruturado e interligado.
Embora sua implementação possa parecer desafiadora, o elemento mais crítico da DBT reside na abordagem das cinco funções fundamentais do tratamento. Segundo Linehan (1993) e Chapman (2006), essas funções são cruciais para garantir a eficácia do tratamento.
1. Melhorar as Capacidades do Paciente
com Treinamento de Habilidades em DBT
A DBT parte do princípio de que os pacientes, especialmente aqueles com TPB, apresentam déficits em habilidades fundamentais para a regulação emocional e social. Dessa forma, o treinamento de habilidades é um dos pilares essenciais da terapia. Ele abrange:
Regulação emocional: desenvolver estratégias para lidar com emoções intensas.
Atenção plena (mindfulness): aprimorar o foco no presente.
Efetividade interpessoal: melhorar relações e assertividade.
Tolerância ao sofrimento: enfrentar crises sem comportamentos impulsivos.
Essas habilidades são ensinadas em sessões de grupo, onde os pacientes aprendem por meio de didática, prática e tarefas de casa, consolidando a aprendizagem entre as sessões (Linehan, 1993).
2. Generalizar as Capacidades para a Vida Cotidiana
Para que a DBT seja eficaz, é essencial que as habilidades adquiridas sejam aplicadas na vida real. Isso é facilitado por meio de:
Tarefas de casa: exercícios que ajudam a incorporar as habilidades no dia a dia.
Sessões individuais: revisão de como as técnicas podem ser aplicadas em situações reais.
Coaching telefônico: suporte imediato para ajudar os pacientes a usarem suas habilidades durante crises (Linehan, 2015).
3. Melhorar a Motivação e Reduzir Comportamentos Desadaptativos
Um dos grandes desafios no tratamento de TPB é aumentar a motivação para a mudança. A DBT busca reforçar esse aspecto por meio de terapia individual, onde os pacientes:
Preenchem um cartão diário, monitorando comportamentos problemáticos (autolesão, tentativas de suicídio, etc.).
Trabalham para reduzir comportamentos autodestrutivos e aumentar comportamentos saudáveis.
Utilizam estratégias de compromisso com a mudança e de análise de cadeias comportamentais (Chapman, 2006).
4. Melhorar e Manter a Capacitação do Terapeuta
O tratamento de pacientes com transtornos severos pode ser desgastante para os profissionais de saúde mental. Para evitar burnout e manter a eficiência do tratamento, a DBT inclui um grupo de consulta semanal para terapeutas. Esse grupo:
Oferece suporte emocional e técnico.
Discute casos clínicos e desafios terapêuticos.
Garante que os profissionais mantenham uma abordagem validante e sem julgamentos (Linehan, 1993).
5. Estruturar o Ambiente Terapêutico
A última função essencial da DBT envolve a estruturação do ambiente de maneira a reforçar comportamentos positivos e minimizar reforços de comportamentos desadaptativos. Isso pode envolver:
Criar um ambiente terapêutico coeso e alinhado aos princípios da DBT.
Ajudar pacientes a modificar seu ambiente social para evitar reforços negativos (ex.: evitar círculos que incentivam o abuso de substâncias).
Garantir que o terapeuta principal coordene eficientemente a equipe de tratamento (Chapman, 2006).
Conclusão
A DBT se destaca como um modelo terapêutico baseado em evidências, estruturado em cinco funções essenciais para garantir sua eficácia. Seu impacto tem sido amplamente documentado na literatura internacional, tornando-se uma abordagem amplamente adotada para o tratamento de transtornos complexos.
Referências
Chapman, A. L. (2006). Dialectical behavior therapy: current indications and unique elements. Psychiatry (Edgmont), 3(9), 62-8.
Linehan, M. M. (1993). Cognitive-behavioral treatment of borderline personality disorder. New York: Guilford Press.
Linehan, M. M. (2015). DBT skills training manual (2nd ed.). Guilford Publications.

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